Família como Instrumento e Instituição
Publicado por Ramiro Ferreira - 17 horas atrás
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A família possui, desde tempos remotos, a primazia no desenvolvimento de relações sociais. Nela os indivíduos encontram (ou deveriam encontrar) espaço privilegiado para diálogo e construção identitária. Duas funções constituem o cerne do núcleo familiar – a Instrumental e Institucional.
O conceito instrumental está implícito na afetividade. Pessoas compartilham espaços e designam funções que podem denotar continuidade dos papeis nos quais atuam. Por exemplo: os pais, ainda que sobrevenha fato extraordinário, são responsáveis pela criação dos seus filhos, e, não estando mais unidos pelo vínculo matrimonial oficializado juridicamente, podem participar juntos de atividades com a prole. Obviamente, desejos emergem por conta das controvérsias sentimentais quee, às vezes, ganham proporção incomensurável devido à disputa emocional.
Então, uma nova instituição recebe atributos firmes no afã de reduzir prejuízos sofridos por todos os atores ‘envoltos’ no lar. Legislação, costumes, princípios e escolhas arbitradas começam a orientar interpretação ternária do agrupamento humano. Regras livremente ponderadas são convertidas em fontes primevas cuja força cogente promove fixação dos limites finais no âmbito da atitude parental autorizada, ou melhor, da confluência de aceitações interindividuais. A hierarquia, mesmo no patamar essencial, cede lugar ao respeito da força dominante (pátria autoridade) graças à legitimidade ativa dos atos praticados. Logo surgirão subespécies familiares e o quadro, outrora “preto e branco” dos direitos e deveres titularizados, assume colorações menos definidas de opção e preferência.
Diante do exposto, fica evidenciada grande repercussão das categorias conceituais de estrutura familiar para o aperfeiçoamento teórico-prático do labor interdisciplinar – forense, psicológico, sociológico, etc. A partir da compreensão acerca dos membros, surge possibilidade erradicando barreiras (inclusive culturais). Não importa se monoparental, tradicional, pluriafetiva,... Acerto maior virá se todos, pelo amor verdadeiro, encontrarem no “outro” o sentido da agradável expressão humana: companheirismo leal altruísta, reverenciado tanto nas doces horas quanto nas amargas.
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