19 de julho de 2010 • 17h01 • atualizado às 21h13
O delegado-chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Marco Antônio Monteiro de Castro, comunicou, na tarde desta segunda-feira, que as delegadas Alessandra Wilke e Ana Maria Santos foram afastadas das investigações sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio.
Monteiro disse que se reuniu durante a manhã com o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação de Homicídio e Proteção à Pessoa (DIHPP), e o informou que está apurando a divulgação de imagens exclusivas para o Fantástico em que o goleiro Bruno aparece falando informalmente sobre o desaparecimento da ex-amante. No vídeo, Bruno afirma que era difícil acreditar no amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão. "Não sei o que deu na cabeça dele. Hoje, diante de todos os fatos que existem, é difícil acreditar nele. Estou chocado".
A corregedoria vai apurar a responsabilidade pelo vazamento do vídeo. Quando Bruno desceu do avião, era levado pelo braço pela delegada Wilke. Na gravação, são ouvidas as vozes das duas policiais. Com o afastamento de Alessandra Wilke, o inquérito passa a ser presidido por Edson Moreira.
O caso
Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa. Contudo, após conseguir um alvará, foi colocada em liberdade. O bebê foi entregue ao avô materno.
Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em depoimento, admitiu participação no crime. Segundo o delegado-geral do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Minas Gerais, Edson Moreira, o menor apreendido relatou que o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, estrangulou Eliza até a morte e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Os três negam participação no desaparecimento. A versão do goleiro e da mulher é de que Eliza abandonou o filho. No dia 8, a avó materna obteve a guarda judicial da criança.
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